Páginas

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Divisor de águas


Dois mil e doze foi um ano bizarro.

Mas como me fez evoluir... Talvez se eu não tivesse passado por todas as provações e situações limites pelas quais passei, eu não teria evoluído nem 1/3. Antes eu vivia ligada na 220, achava que certas coisas nunca aconteceriam comigo, dava sorte ao azar e gostava. Gostava de viver com a sensação de que eu era imortal e a prova de qualquer maldade... Bem fora da realidade, diga-se de passagem. Mas não por que eu queria ser a "boazona" e sim, por que eu era desencanada. Até que o que eu achava que nunca ia acontecer, aconteceu:

 Um assalto, numa estrada remota, sem nenhuma alma por perto, só eu e o cara. Como eu nunca tinha passado por NADA parecido, minha primeira reação foi de desdém. Até ele vir pra cima de mim. Aí entrei em pânico. Fiz um escândalo tão grande por que eu tinha certeza que ele não queria (só) me assaltar, que pra calar a minha boca, ele me deu um soco, subiu na moto (por que a essa altura eu já tinha chutado a moto dele pra "longe") e foi embora. A cena com certeza foi patética e hoje eu dou muita risada. Digo até que a única coisa que ele conseguiu levar, foi o meu supercílio. Mas na hora, eu me senti num filme de terror, batendo no primeiro portão que eu encontrei, gritando que ele ia voltar... (Vou pular a parte que a dona da casa que me ajudou, ligou para a PM e eles não vieram, certo?)

ENFIM...

Depois desse episódio LINDO, eu mudei absolutamente TODOS os meus conceitos sobre a vida. Passei a ser mais cautelosa, comecei a valorizar (ainda) mais todos os dias que eu vivo e as pessoas que convivo. Mas não só de cenas horríveis foi feito o meu ano: fiz coisas incríveis, fui em shows que eu esperei a vida toda (Joan Jett, Foo Fighters, Franz Ferdinand), sem contar nos shows do Horrors, SNJ, Skatalites e do Jorge Ben, (aquele véio enxuto), conheci muitas pessoas  que me acrescentaram muitas coisas boas, fiz muitos contatos, li livros que me fizeram chorar, consegui juntar dinheiro (aleluia!), dancei horrores, ri um monte e tive ainda mais certeza de que fiz as escolhas profissionais certas. 

Por tanto, foi o ano divisor de águas, que me fez crescer ainda mais. Aí embaixo cês conferem alguns momentos que marcaram o meu ano:


Reveillon embaixo de chuva (11/12)
Carnaval com os (mais) lindos

O melhor lugar! (Foto: eu mesma)


Augusta sempre me proporcionando noites incríveis

E de muitas risadas...
Joan MUSA Jett (Lollapalooza)

Ensaio Pin up

Show (reencontro) SNJ 

O casamento que eu achei que não ia viver pra ver HAHA
Exercitando o meu olhar I (Av. Paulista - foto: Will)

      Exercitando o meu olhar II (Anhangabaú)


Gordura Trans
Teve muiiito
Tratamento de "beleza"

Samba
E praia... Também!

Sem contar os reencontros...
Épicos

E os trabalhos de PURA diversão...


Que venha 2013!








terça-feira, 31 de julho de 2012

Dividindo o pão.

                                  
              Vale do Anhangabaú - Foto: Camila Amores
             
O meu interesse em ajudar moradores de rua vêm desde cedo, por influência da minha familia. Quando eu tinha uns quatro ou cinco anos, ia com a minha mãe distribuir brinquedos para as crianças que viviam no centro de São Paulo. Nós iamos à 25 de Março e enchiamos muitos sacos com brinquedos variados. Por incrível que pareça, aquelas lembranças ainda estão bem nítidas na minha memória. 

Anos depois, quando as minhas irmãs fundaram a À Dor Amores, eu conheci o ativismo. Foi aí que eu percebi a importância da mobilização popular e, desde então, venho me aprofundando no assunto. E foi através da minha participação no Ocupa Sampa (http://15osp.org/) no ano passado, onde conheci alguns moradores de rua e tive a oportunidade de ouvir suas histórias de vida, que o meu interesse em ajudá-los, renasceu.

Querer ajudá-los vai muito além do: "eu sinto dó". Sentir dó não ameniza o sofrimento de quem passa pelas piores privações... Eles precisam, acima de tudo, de voz ativa! Aos olhos de muitos eles são invisíveis, ameaçadores, repulsivos, etc...O esporte preferido do ser humano é o julgamento. E o que eu mais ouço é: Eles estão na rua por que querem, fizeram sua escolha. E eu retruco:  Ninguém vai para a rua por que quer, existem mil fatores que levam uma pessoa a tomar uma atitude extrema como essa: violência doméstica, outros tipos de abusos, dependência, depressão... Ninguém prefere passar frio, fome e sofrer violência policial. 

Se essas pessoas com pensamentos tão mesquinhos parassem e ouvissem o que eles tem a dizer, se surpreenderiam. Como eu me surpreendi. 

Por outro lado, felizmente, existem pessoas que acreditam na recuperação e resocialização deles e criam projetos sociais admiráveis. Como é o caso da Revista Ocas. A revista nasceu em 2002 e tem como objetivo empregar moradores de rua e fazê-los recuperar a auto-estima e voltar ao mercado de trabalho. Custa 4,00 dos quais 3,00 vão para o vendedor.  

É aí que a gente percebe quanto uma oportunidade é importante e pode mudar completamente o rumo da vida de uma pessoa.

Para saber mais: http://www.ocas.org.br/




quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida termina onde tudo começa.

Chegou ao hospital com o coração apertado. 
Logo nos primeiros passos, começou a sentir-se mal.
Era como se toda a sua energia estivesse sendo sugada.

Aquele lugar a deprimia. 

O "cheiro de morte" estava impregnado em sua pele.
O olhar triste dos infermos nos leitos a deixava sem reação.
Não entendia, por mais que tentasse, como famíliares e médicos preferiam prolongar o sofrimento de alguns deles, na esperança de uma recuperação que quase sempre não vem.
Sentiu raiva, mas ao mesmo tempo, pensou que não cabia a ela julgá-los.

Entrou num dos quartos.
Três leitos, três infermos, um deles: Seu pai.
Em meio ao abatimento e a fraqueza, ele esboçou um sorriso quando a viu.
Ela sentiu vontade de chorar.

Passadas duas horas, preparou-se para ir embora.
Passou pelos mesmos infermos e pelos mesmos olhares tristes.
Respirou fundo e saiu.

A vida termina onde tudo começa.



domingo, 10 de junho de 2012

O melhor do cinema

Nos meus últimos posts fiz as listas das minhas bandas e livros favoritos. Está faltando a mais importante: A dos meus filmes preferidos. Por mais que eu prefira os livros, o cinema me atraia e muito. Deixo aqui dicas de filmes que se você ainda não assistiu, PRECISA assistir.


 1) Little Miss Sunshine


Direção: Jonathan Dayton/Valarie Faris
País: Estados Unidos
Ano: 2006
Gênero: Comédia/Drama (101 min)

Merecedor do primeiro lugar não só na minha lista, mas em qualquer outra. Já assisti inúmeras vezes, mas mesmo assim, sempre que assisto de novo, a emoção é a mesma da primeira vez. 

"Little Miss Sunshine conta a história de uma família conturbada. O pai é um fracassado, o filho mais velho é problemático e decide fazer um voto de silêncio, o avô é dependente químico e pervertido e é expulso da casa de repouso por causa disso e o tio é suícida. No meio de tantos problemas, está a filha mais nova: Oliver (Abigail Breslin). Uma garotinha totalmente fora dos padrões, meio desengonçada, mas LINDA. 
Ela é convidada para participar do concurso de beleza infantil ( muito comuns nos E.UA) o "Little Miss Sunshine." A partir daí, sua família decide deixar a individualidade e todos os outros problemas de lado e parte junto com ela, para uma viagem que dura três dias, até o local do concurso. Nesse meio tempo, alguns imprevistos acontecem e os laços famíliares antes tão distantes, são fortalecidos."

 O que me fez ficar  completamente apaixonada pelo filme, é a personagem principal. 
 Ela é completamente doce e sensível. O biotipo dela não se encaixa aos padrões dos concursos de  beleza e esse é um dos motivos que a tornam ainda mais apaixonante. Ela quebra os padrões pré estabelecidos  e dá um show com uma aprentação cheia de humor e "sensualidade." Fora que fica clara a inocência dela numa das cenas mais engraçadas do filme.

Vejo esse filme também como uma crítica aos concursos de beleza infantis. Lá as mães levam isso realmente a sério e submetem suas filhas a situações incomodas, só para que elas supram as frustrações de suas mães. 

Se você ainda não viu, POR FAVOR, veja! 

TRAILLER:


 


2) Lilja 4-Ever (Para Sempre Lilya)

Direção: Lukas Moodysson 
País: Suécia
Ano: 2002
Gênero: Drama  (109 min)
As Monstras Internacionais de Cinema da TV Cultura sempre salvam as noites em que decido ficar em casa. E uma das melhores surpresas que tive numa dessas noites foi: Lijla 4-Ever. O filme ganhador de vários prêmios é muito forte e eu não o recomendo se você for sensível demais, pois o filme aborda assuntos pesados, como o tráfico internacional de mulheres.

"A história se passa num vilarejo pobre da antiga União Soviética e tem como protagonista uma menina de 16 nanos chamada Lilya (Oksana Akinshina). Ela é abandonada pela mãe que vai embora com o novo marido para os E.U.A. Se vendo sozinha e sem perspectiva, ela se desespera. Seu único amigo é um garoto de 11 anos chamado Valodya (Ardyom Boguchorsky) que fica ao seu lado o tempo todo. Para sobreviver Lilya tenta as coisas mais insalúbres, sem sucesso. Em dado momento ela conhece um rapaz chamado Andrei que a enche de promessas de uma vida nova na Suécia. Valodya desconfiado do rapraz, tenta impedi-la de ir embora, mas ela, apaixonada, não dá ouvidos à ele. É aí que o bicho pega. O sofrimento de Lylia é marcado pela exploração sexual e pela violência."

Você deve estar se perguntando: "Que menina louca, olha qual é um dos filmes preferidos dela...": Pois é, mas eu explico: Uma das coisas que me fizeram gostar tanto de  "Lilja 4-Ever" é a amizade entre ela e Valodya e a inocência dos dois em alguns trechos. 

Então, por favor: Baixem, aluguem, comprem. 

Ah! A trilha sonora tem como tema: "My heart is burning", do Rammestein, o que dá um ar ainda mais pesado e trágico à ele. 

TRAILER:



 3) O Labirinto do Fauno 

Direção: Guillermo Del Toro
País: Espanha
Ano: 2006
Gênero: Drama/Fantasia (112 min)

In-crí-vel, im-pe-cá-vel, sur-re-al e o melhor do gênero, na minha humilde opinião. 
Se você ainda não assistiu ao "Labirinto do Fauno", corra! Pois você está perdendo a oportunidade de assistir a uma grande produção. 

"O filme é uma mistura entre a fantasia de um conto de fadas (esqueça as histórias sem sal da Disney), completamente fascinante e a realidade desumana de uma Ditadura, no caso, a espanhola (liderada pelo General Franco). A história gira em torno de uma menina de dez anos chamada Ofélia (Ivana Baquero) que é completamente apaixonada por contos de fadas e fábulas. Ela e sua mãe se mudam para o campo para se encontrarem com seu padrasto Vidal (Sérgi López). Comandante das forças fascistas no General Franco, Vidal é um homem inescrupuloso e completamente sádico. Em uma de suas andanças, Ofélia encontra um labirinto que a leva a uma trilha subterrânea. Com a curiosidade infantil predominando, ela segue até o fim e encontra um Fauno (uma criatura que é metade humana, metade bode) e ele a convence de que ela é a princesa perdida daquele reino subterrâneo e que precisa cumprir três tarefas para que consiga retornar para o seu reino. A partir daí se vê o contraste: Enquanto a menina embarca num mundo de fantasia, seu padrasto não mede esforços para acabar com seus opositores."

Além do enredo incrível, o que mais me chama a atenção nesse filme, são as cores: extremamente carregadas. E é claro, o gritante contraste entre os mundos de Ofélia e Vidal.

Enfim, deixo aqui a dica de um dos filmes que mais me fascinou:

TRAILER:

 

4) Em Nome de Deus 


Direção: Peter Mullan
País: Irlanda
Ano: 2002
Gênero: Drama (119 min)

Um soco no estômago da Igreja Católica. Esse eu também assisti numa das Mostras Internacionais de Cinema da TV Cultura e fiquei chocada. Religião é um assunto delicado e que eu particularmente, odeio discutir. Respeito, porém, não concordo com algumas delas. Principalmente a católica. Dizem que os tempos mudaram, mas eu acho que em alguns aspectos, não. Alguns conceitos continuam os mesmos e, são esses, que me fazem querer vomitar. Bom, vamos a sinopse, por que já estou perdendo o foco:

"Nos anos 60 existiam na Irlanda lares denominados: "Lares Madalena" ou "Asilos Madalena" que eram mantidos pelas Irmãs de Misericórdia, da Igreja Católica. Meninas que não seguiam os padrões pré estabelecidos pela Igreja ou pela sociedade, eram mandadas para esses lugares para "pagarem seus pecados" e, uma vez lá, nunca mais saiam. Os perfis das "pecadoras" era variado: Mães solteiras, meninas que eram bonitas ou feias demais, vítimas de estupro ou as que tinham algum problema mental. 
Dentro desses lugares, as jovens eram submetidas a trabalho escravo, eram má alimentadas, humilhadas e quase sempre, vítimas dos padres, que as estupravam (há uma cena no filme em  que uma delas, depois de ser estuprada, é obrigada a lavar o lençol sujo de sangue). Muitas enlouqueceram e morreram lá dentro. O último Asilo Madalena foi fechado em 1996."

O filme é contado pelo ponto de vista dessas jovens, que numa época em que estava havendo uma verdadeira revolução pelos direitos femininos, se viam enclausuradas num lugar que beirava a era Medieval. Mostra também como é o desenvolvimento de suas personalidades lá dentro. 

É triste e revoltante, mas abre os olhos de quem acredita cegamente no Catolicismo.

TRAILER:

5) Nascidos em Bordéis


Direção: Zana Briski e Ross Kauffman
País: Indía
Ano: 2004
Gênero: Documentário (85 min)

De todos os documentários que eu já assisti, esse foi o que mais me sensibilizou. Não (só) no sentido de pena (já que a pobreza na India é predominante), mas em como a esperança que essas crianças carregam é nítida e real. Filhas de prostitutas e quase sempre sem uma figura paterna, elas crescem largadas pelos guetos da zona vermelha, em Calcutá. Mas quando Zana e Ross fazem amizade com elas e através de workshops de fotografia e saídas fotográficas apresentam -lhes um mundo novo, a esperança renasce.. "Armadas" com as câmeras, elas clicavam tudo o que chamava a atenção e o resultado dessa experiência é incrível e enriquecedora! 

"Quando eu estou com uma câmera nas minhas mãos eu me sinto feliz. Eu sinto que estou aprendendo algo... Que eu posso ser alguém".  (Suchitra, uma das crianças protagonistas de Nascidos em Bórdeis).

TRAILER:



sábado, 9 de junho de 2012

Feliz ano novo, minha igual!

(Começo de 2002)



                                                Novinhas (2004) *_*


Num final de semana qualquer das férias de verão em 2002, eu estava em casa aproveitando a minha pré-adolescência, quando a minha irmã mais velha chega com um amigo dela e uma menina um pouco mais nova que eu. Não sei por que, mas quando a vi, fui com a cara dela na hora.
Começamos a conversar, ela parecia bem mais velha do que aparentava e depois de um tempo e do seguinte diálogo:

Eu: Carol, você trouxe a toalha?
Ela: Sim, não, QUE

Eu percebi que aquela menina ia se tornar uma grande amiga... 

(Ela é relapsa assim, até hoje).

Dez anos se passaram após aquela tarde fatídica e eu estava certa: Ela se tornou uma grande amiga, ou melhor, se tornou o meu oposto complementar (como ela sempre repete). 
E hoje é o aniversário de 21 anos dela. 

.

FURBY, (do latim: bichinho fofo, de olhos grandes)

Hoje pensando no que ia te escrever, comecei a rir sozinha... Lembrei com nitidez de várias das nossas presepadas, principalmente: 

"Gostei das três, principalmente dessa magrela linda, daquela nossa viagem para Praia Grande que a Bê quase quebrou o cóx jogando vôlei, depois que caiu no montinho de areia, de quando quebramos a cama da Beth de tanto pularmos nela, de quando a gente ia na Vi Pão "passear" (essa eu não vou detalhar), de quando o seu óculos caiu na rua e a gente ficava gritando para aquele bêbado jogar de volta, da vez em que você perdeu o celular da Bê com todos os contatos de fornecedores e clientes dela, da vez que aquela barata subiu nas suas pernas em plena Paulista e por causa disso, fomos parar dentro da dispensa do McDonald's, e assustamos todo mundo: tem duas meninas aí dentro, uma delas com as calças abaixadas, etc, etc, etc..."

                                         Reveillon 2011 - Guarujá 

Obrigada por todas as nossas conversas, todas as nossas andanças, todas as nossas festas e baladas, todas as nossas noites na minha ou na sua casa, obrigada por ouvir todos os meus desabafos, obrigada por ter me acolhido naquela vez que eu sai de casa e apareci na sua porta embaixo de chuva com uma mala na mão, obrigada por ter me ouvido todas as vezes que eu te liguei chorando, obrigada pelas risadas, obrigada por fazer parte da minha vida e por fazer uma diferença tremenda nela!

                                        Meu oposto complementar

Você é a pessoa em que mais confio, por que só a gente sabe o tamanho do apresso que temos uma pela outra. Confesso que muitas vezes você me dá raiva, mas melhor do que uma amizade perfeita, só aquela que beira o amor e ódio: É bem mais divertido. Você é a única pessoa que sabe quem eu sou de verdade, por que você me enxerga e me aceita do jeito que eu sou. 

Você é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores coisas que me aconteceu.

Parabéns não só por hoje, mas principalmente por você ser exatamente como é: Linda, talentosa, com uma sensibilidade fora do comum, inteligente e ácida...

Para finalizar, a nossa música! HAHAHA



TE AMO, PORRA! 



terça-feira, 5 de junho de 2012

Um brinde à leitura!

O meu gosto pela leitura nasceu assim que aprendi a ler, aos cinco anos de idade. Desde então, já perdi a conta de quantos livros já li. Esse foi um dos principais motivos que me fizeram optar pelo Jornalismo. No meu post anterior fiz uma lista com as minhas bandas preferidas, o de hoje será dedicado aos meus livros de cabeceira:

1) Serial Killer - Louco ou Cruél? (Ilana Casoy)



"Serial killer é um indivíduo que comete uma série de homicídios, durante meses ou anos, até que seja preso ou morto. As vítimas têm o mesmo perfil (prostitutas, mochileiros, crianças, idosos) e a mesma faixa etária, sexo, raça etc. As vítimas são escolhidas ao acaso dentro deste perfil e mortas sem razão aparente; ela é o objeto da fantasia do serial killer."


Eu sempre gostei de pesquisar sobre esse tipo de coisa: assassinos em série, filmes de terror, séries policiais. Acho tudo isso delirante. O ser humano é assustador. Aos 13 anos li o Serial Killer norte-americano (logo depois li o brasileiro, da mesma autora) e fiquei completamente fascinada. A mente humana me fascina e a de um psicopata é ainda mais fascinante. O grau de dissimulação que essas pessoas tem é impressionante. Muitas são acima de qualquer suspeita e são vistas com bons olhos pelo resto das pessoas. Um dos que mais me impressionou foi um senhor que se chamava Albert Fish (1870-1936), o "vovô que comia criancinhas." Ele era um velho aparentemente fofo, mas  que não demorou muito para mostrar seu lado obscuro. Matava crianças, comia parte de seus corpos e dizia que o gosto era doce.  Após ser preso, foi condenado a morte e eletrocutado na prisão de Sing Sing, em Nova Iorque em 16 de janeiro de 1936. 


Para saber mais: http://serialkiller.com.br/


2) Diário de Guantánamo - Os detentos e as história que eles me contaram 
(Mahvish Rukhsana Khan)






Mahvish é uma advogada e jornalista norte-americana, de descendência afegã. Teve acesso aos prisioneiros da prisão de Guantánamo, em Cuba como interprete. A partir das histórias que ouviu e da intensa pesquisa que realizou, fez "Diário de Guantánamo." 
Logo depois dos ataques de 11 de setembro de 2011, o então presidente dos E.U.A, George W. Bush mandou invadir o Iraque, atrás de supostas armas de destruição em massa (que nunca foram localizadas). Os E.U.A precisavam provar (a qualquer custo) ao resto do mundo que estavam certos, então mandaram que soldados norte-americanos sobrevoassem a capital do Iraque, Bagdá e jogassem panfletos oferendo gordas recompensas para cada "terrorista" capturado. As pessoas famintas de lá, não tiveram dúvidas: foram entregando qualquer um para os norte-americanos e assim, muitos homens inocentes foram presos e torturados. É a história desses homens, que ela conta nesse livro.
São relatos emocionantes de pessoas que tiveram sua liberdade negada, por conta de uma guerra mentirosa e cheia de contradições. 


Até hoje, eu acho que o Bush deveria ser condenado por crimes contra a humanidade, como um dos maiores genocídas da história.


3) Abusado - O Dono do Morro Dona Marta (Caco Barcellos)

                                 

O Caco é uma das minhas maiores inspirações jornalísticas. Neste livro ele conta a história do traficante de drogas Márcio Amaro de Oliveira, o "Marcinho VP" (morto em 2003). Após ler esse livro, tive a certeza do quanto a maior parte da Imprensa brasileira é podre e manipuladora, como mostra uma das passagens do livro: Quando o Michael Jackson gravou um de seus clipes no Morro Dona Marta, toda a imprensa estava em polvorosa querendo entrar no morro e entrevistar o "dono" de lá. Marcinho não queria dar entrevistas, mas a pressão foi tanta, que ele cedeu. Perguntaram a ele se tinha algum vício e ele respondeu:


- Meu único vício é mato (maconha).


No dia seguinte, na primeira pagina estava escrito: O meu único vício é MATAR.
A partir daquele dia, ele passou a ser considerado um dos homens mais perigosos do Brasil e foi caçado pela polícia carioca. Posso ser julgada por simpatizar com um traficante, mas ele era diferente. O próprio Caco o descreve assim. Não que eu ache certo o tipo de vida que ele levava, longe disso, mas acho que todos temos o direito de uma segunda chance e ele queria. Outra passagem que me chocou, foi o relato da melhor amiga de Marcinho (não lembro o nome dela). Ela era ex garota de rua e descreve um dos piores dias de sua vida nas ruas, assim:


- Eu dormia embaixo da marquise de prédios em Copacabana e um dia acordei com gritos de dor e desespero: Eram outras crianças que haviam acabado de serem queimadas com agua fervendo.


Adivinha de onde vinha essa tal agua? Dos APARTAMENTOS. Como pode? Gente que se dizia civilizada fazer uma atrocidade dessas? Só para "limpar a sujeira" debaixo dos apartamentos. Inacreditável!


Enfim... Caco consegue descrever tudo isso de uma forma direta e interessante. Sem sombra de dúvidas, é o melhor livro dele. 


4) Estação Carandiru (Dráuzio Varella)






Já li umas três vezes, não só por que é um dos meus livros preferidos, mas principalmente pela indignação. Quem me conhece sabe que eu não gosto, NÃO GOSTO, da Polícia Militar. Existem polícias bons? Lógico. Mas a banda podre da polícia é predominante e, até hoje, só cruzei com esses. Nos anos 80 e um pedacinho dos anos 90, o médico Draúzio Varella fez um trabalho no Presidio do Carandiru, hoje desativado/demolido. Nesse meio tempo e a partir dos relatos dos detentos, fez "Estação Carandiru."
Não estou aqui com o intuito de defender ninguém, até por que, quem vai preso não é santo e ali tinha de tudo. MAS, isso não dá o direito da Policia abusar de sua autoridade. O trabalho deles é ir atrás, prender e entregar para Justiça, ponto. Ela que resolva. Mas os que comandaram o massacre do Carandiru pensavam diferente. Eles queriam avacalhar, eram sedentos por sangue. Naquele dia o que eles deveriam ter feito era acabar com o começo de rebelião que se formava no Pavilhão 9, mas eles fizeram muito mais do que isso. Na Imprensa saiu que eram 111 o número de detentos mortos e que aquilo havia ocorrido por que os polícias estavam sob ameaça.

1) O número foi BEM MAIOR, por volta de 300 e pouco.
2) Não saiu um tiro, um NADA de nenhum detento.
3) Os polícias passavam nas celas, abriam os guichês e gritavam, com um cano de fuzil para dentro:
"A MORTE CHEGOU!"


Tudo isso é relatado pelo próprio Dráuzio no livro e me dá muito mais do que revolta, me da ódio! A Polícia usa a autoridade que lhe é dada para cometer crimes piores dos que a gente vê por aí. Se igualam aos piores tipos de bandidos e se mascaram atrás de fardas.

Não existe raça pior do que as desse tipo, não mesmo.



5) Só Garotos (Patti Smith)





É uma das mais doces surpresas que tive esse ano. Conta a história da poetisa do punk Patti Smith e do fotógrafo Robert Mapplethorpe. A história de amor, amizade, companheirismo e cumplicidade dos dois é relatada nesse livro, escrito por Patti em homenagem à Robert (morto em 1989, vítima da aids).
Nele ela relembra os tempos difíceis que os dois viveram até conseguirem viver da arte, a amizade que fez com Janis e Hendrix e toda a efervescência do rock nos anos 70.


É o único livro que me fez chorar, o mais bonito e sensível!


.








quarta-feira, 30 de maio de 2012

Aumenta o som!!!

Sou uma pessoal completamente musical: Acordo, como, tomo banho, vou trabalhar, trabalho e durmo ouvindo música. A música me move! Foi pensando nela, que montei um "top cinco" das bandas que marcaram a minha vida. Afinal, não é só dos meus textos de quinta, que sobrevive esse blog:

1) RAMONES 

Não precisa ser o meu melhor amigo para saber o quanto eu amo Ramones. Espalho para os quatro cantos e para quem tiver saco de me ouvir falar sobre eles. Se eu pudesse, ressucitaria o Joey (vocal, morto em 2001) e me casaria com ele na hora! A banda de punk-rock era de Nova York e se apresentou pela primeira vez em 1974. Nessa primeira vez, ainda não era um quarteto. Eram só Joey (vocal/muso mór!), Dee Dee (baixista/o mais engraçado/porém porra louca/e compositor da maioria das letras) e Johnny (guitarrista/anti-social/compôs várias letras junto com Dee Dee) e um tempo depois, entrou Tommy (produtor/batera). Aí estava formada a MELHOR banda de todos os tempos. Até quem não gosta de punk, gosta dos Ramones. Eles tinham um estilo único e ao meu ver, era encantadores. E "do you wanna dance" do albúm "Rocket to Russia", lançado em 1977, é a minha música preferida, deleite-se, caro leitor:



Para saber mais:  Ramones: The True Story (DVD - 2006)

 2) NEW ORDER

Ah...Caso de amor antigo! Lembro que ouvi New Order pela primeira vez num desfile, mas não me lembro qual. Agora a música era "perfect kiss". Desde então, me apaixonei e me arrependo amargamente de não ter ido ao show deles, ano passado. A banda inglesa foi formada em 1980 por Bernanrd (vocal/guitarra), Peter (baixo/sintetizadores/ex-integrante) e Stephen (batera) que faziam parte do "Joy Division" (que teve um fim prematuro após o suicídio do vocal Ian Curtis). Eles não quiseram parar após a tragédia e rebatizaram a banda como "New Order." Quando ouço "love vigilantes", (a minha música preferida) que é do albúm "Low-Life" (1985) sinto como se estivesse indo para outra dimensão, é surreal! Para você sentir o mesmo, aí vai:



3) DAVID BOWIE

Não sei nem por onde começar, tamanha a minha admiração por essa criatura... Posso dividir a minha vida entre: antes e depois dele. Vamos por partes: É, gente... Está comprovado que ex-namorado não serve só para que nos debulhemos em lágrimas. Graças ao meu primeiro namorado, conheci e me apaixonei pelo Bowie, em meados de 2007. Ficava repetindo: COMO PODE SER TÃO BOM? Repetia sem parar. A primeira música que ouvi foi "changes" e até hoje a uso com referência nas minhas constantes mudanças: seja de emprego, humor, relacionamento e afins. Mas sou apaixonada por "space oddity" do albúm que leva o mesmo nome e que é de 1969 (recentemente a minha música preferida ganhou uma versão em forma de livro infantil *----*). Ouça e caia de amores por ele também (que não faz mais shows, para a minha infelicidade):



4) SMITHS

Olha a influência do (mesmo) ex-namorado aparecendo de novo. Graças a ele, virei uma alucinada por Morrissey e cia. A banda é inglesa e foi formada em 1982. Ouço todos os dias, não me canso e nunca vou me cansar. Me identifico de uma forma absurda com as letras, Smiths é inspirador! Quando quero vomitar algum texto, coloco sir Morrissey no último volume e como num passe de mágica, escrevo páginas e mais páginas e nem percebo. É uma delícia! Até hoje não me conformo por não ter ido ao show dele, como fui burra!!! Espero que ele volte, mas assim: Espero de verdade e muito!!!! A música que mais me arrepia é "asleep" da coletânea "The World Won't Listen", lançada em 1987. Ouçam:



5) CURE 

Ficar dois anos e meio com esse meu ex-namorado, só me fez bem (musicalmente falando). O bom gosto musical dele é inegável! O que falar de Cure? Não posso só falar que o Robert (vocal) é incrivelmente foda e uma das minhas maiores inspirações... Ok, vamos lá: O The Cure é uma banda inglesa formada em 1976 e serviu de inspiração para bandas como: Placebo, Interpol e Smashing Punpkins. Eles continuam na ativa e eu preciso de um show deles nessa minha vida, urgente!!! A música que eu mais gosto e, que inclusive, acho muito sexy é "lullaby" do albúm "Disintegration", lançado em 1989. Faleça:



.

Obviamente, gosto de inúmeras outras bandas (e outros artistas), mas esses, ah... esses nunca saem da minha playlist. É amor demais! 

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...