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terça-feira, 5 de junho de 2012

Um brinde à leitura!

O meu gosto pela leitura nasceu assim que aprendi a ler, aos cinco anos de idade. Desde então, já perdi a conta de quantos livros já li. Esse foi um dos principais motivos que me fizeram optar pelo Jornalismo. No meu post anterior fiz uma lista com as minhas bandas preferidas, o de hoje será dedicado aos meus livros de cabeceira:

1) Serial Killer - Louco ou Cruél? (Ilana Casoy)



"Serial killer é um indivíduo que comete uma série de homicídios, durante meses ou anos, até que seja preso ou morto. As vítimas têm o mesmo perfil (prostitutas, mochileiros, crianças, idosos) e a mesma faixa etária, sexo, raça etc. As vítimas são escolhidas ao acaso dentro deste perfil e mortas sem razão aparente; ela é o objeto da fantasia do serial killer."


Eu sempre gostei de pesquisar sobre esse tipo de coisa: assassinos em série, filmes de terror, séries policiais. Acho tudo isso delirante. O ser humano é assustador. Aos 13 anos li o Serial Killer norte-americano (logo depois li o brasileiro, da mesma autora) e fiquei completamente fascinada. A mente humana me fascina e a de um psicopata é ainda mais fascinante. O grau de dissimulação que essas pessoas tem é impressionante. Muitas são acima de qualquer suspeita e são vistas com bons olhos pelo resto das pessoas. Um dos que mais me impressionou foi um senhor que se chamava Albert Fish (1870-1936), o "vovô que comia criancinhas." Ele era um velho aparentemente fofo, mas  que não demorou muito para mostrar seu lado obscuro. Matava crianças, comia parte de seus corpos e dizia que o gosto era doce.  Após ser preso, foi condenado a morte e eletrocutado na prisão de Sing Sing, em Nova Iorque em 16 de janeiro de 1936. 


Para saber mais: http://serialkiller.com.br/


2) Diário de Guantánamo - Os detentos e as história que eles me contaram 
(Mahvish Rukhsana Khan)






Mahvish é uma advogada e jornalista norte-americana, de descendência afegã. Teve acesso aos prisioneiros da prisão de Guantánamo, em Cuba como interprete. A partir das histórias que ouviu e da intensa pesquisa que realizou, fez "Diário de Guantánamo." 
Logo depois dos ataques de 11 de setembro de 2011, o então presidente dos E.U.A, George W. Bush mandou invadir o Iraque, atrás de supostas armas de destruição em massa (que nunca foram localizadas). Os E.U.A precisavam provar (a qualquer custo) ao resto do mundo que estavam certos, então mandaram que soldados norte-americanos sobrevoassem a capital do Iraque, Bagdá e jogassem panfletos oferendo gordas recompensas para cada "terrorista" capturado. As pessoas famintas de lá, não tiveram dúvidas: foram entregando qualquer um para os norte-americanos e assim, muitos homens inocentes foram presos e torturados. É a história desses homens, que ela conta nesse livro.
São relatos emocionantes de pessoas que tiveram sua liberdade negada, por conta de uma guerra mentirosa e cheia de contradições. 


Até hoje, eu acho que o Bush deveria ser condenado por crimes contra a humanidade, como um dos maiores genocídas da história.


3) Abusado - O Dono do Morro Dona Marta (Caco Barcellos)

                                 

O Caco é uma das minhas maiores inspirações jornalísticas. Neste livro ele conta a história do traficante de drogas Márcio Amaro de Oliveira, o "Marcinho VP" (morto em 2003). Após ler esse livro, tive a certeza do quanto a maior parte da Imprensa brasileira é podre e manipuladora, como mostra uma das passagens do livro: Quando o Michael Jackson gravou um de seus clipes no Morro Dona Marta, toda a imprensa estava em polvorosa querendo entrar no morro e entrevistar o "dono" de lá. Marcinho não queria dar entrevistas, mas a pressão foi tanta, que ele cedeu. Perguntaram a ele se tinha algum vício e ele respondeu:


- Meu único vício é mato (maconha).


No dia seguinte, na primeira pagina estava escrito: O meu único vício é MATAR.
A partir daquele dia, ele passou a ser considerado um dos homens mais perigosos do Brasil e foi caçado pela polícia carioca. Posso ser julgada por simpatizar com um traficante, mas ele era diferente. O próprio Caco o descreve assim. Não que eu ache certo o tipo de vida que ele levava, longe disso, mas acho que todos temos o direito de uma segunda chance e ele queria. Outra passagem que me chocou, foi o relato da melhor amiga de Marcinho (não lembro o nome dela). Ela era ex garota de rua e descreve um dos piores dias de sua vida nas ruas, assim:


- Eu dormia embaixo da marquise de prédios em Copacabana e um dia acordei com gritos de dor e desespero: Eram outras crianças que haviam acabado de serem queimadas com agua fervendo.


Adivinha de onde vinha essa tal agua? Dos APARTAMENTOS. Como pode? Gente que se dizia civilizada fazer uma atrocidade dessas? Só para "limpar a sujeira" debaixo dos apartamentos. Inacreditável!


Enfim... Caco consegue descrever tudo isso de uma forma direta e interessante. Sem sombra de dúvidas, é o melhor livro dele. 


4) Estação Carandiru (Dráuzio Varella)






Já li umas três vezes, não só por que é um dos meus livros preferidos, mas principalmente pela indignação. Quem me conhece sabe que eu não gosto, NÃO GOSTO, da Polícia Militar. Existem polícias bons? Lógico. Mas a banda podre da polícia é predominante e, até hoje, só cruzei com esses. Nos anos 80 e um pedacinho dos anos 90, o médico Draúzio Varella fez um trabalho no Presidio do Carandiru, hoje desativado/demolido. Nesse meio tempo e a partir dos relatos dos detentos, fez "Estação Carandiru."
Não estou aqui com o intuito de defender ninguém, até por que, quem vai preso não é santo e ali tinha de tudo. MAS, isso não dá o direito da Policia abusar de sua autoridade. O trabalho deles é ir atrás, prender e entregar para Justiça, ponto. Ela que resolva. Mas os que comandaram o massacre do Carandiru pensavam diferente. Eles queriam avacalhar, eram sedentos por sangue. Naquele dia o que eles deveriam ter feito era acabar com o começo de rebelião que se formava no Pavilhão 9, mas eles fizeram muito mais do que isso. Na Imprensa saiu que eram 111 o número de detentos mortos e que aquilo havia ocorrido por que os polícias estavam sob ameaça.

1) O número foi BEM MAIOR, por volta de 300 e pouco.
2) Não saiu um tiro, um NADA de nenhum detento.
3) Os polícias passavam nas celas, abriam os guichês e gritavam, com um cano de fuzil para dentro:
"A MORTE CHEGOU!"


Tudo isso é relatado pelo próprio Dráuzio no livro e me dá muito mais do que revolta, me da ódio! A Polícia usa a autoridade que lhe é dada para cometer crimes piores dos que a gente vê por aí. Se igualam aos piores tipos de bandidos e se mascaram atrás de fardas.

Não existe raça pior do que as desse tipo, não mesmo.



5) Só Garotos (Patti Smith)





É uma das mais doces surpresas que tive esse ano. Conta a história da poetisa do punk Patti Smith e do fotógrafo Robert Mapplethorpe. A história de amor, amizade, companheirismo e cumplicidade dos dois é relatada nesse livro, escrito por Patti em homenagem à Robert (morto em 1989, vítima da aids).
Nele ela relembra os tempos difíceis que os dois viveram até conseguirem viver da arte, a amizade que fez com Janis e Hendrix e toda a efervescência do rock nos anos 70.


É o único livro que me fez chorar, o mais bonito e sensível!


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