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quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida termina onde tudo começa.

Chegou ao hospital com o coração apertado. 
Logo nos primeiros passos, começou a sentir-se mal.
Era como se toda a sua energia estivesse sendo sugada.

Aquele lugar a deprimia. 

O "cheiro de morte" estava impregnado em sua pele.
O olhar triste dos infermos nos leitos a deixava sem reação.
Não entendia, por mais que tentasse, como famíliares e médicos preferiam prolongar o sofrimento de alguns deles, na esperança de uma recuperação que quase sempre não vem.
Sentiu raiva, mas ao mesmo tempo, pensou que não cabia a ela julgá-los.

Entrou num dos quartos.
Três leitos, três infermos, um deles: Seu pai.
Em meio ao abatimento e a fraqueza, ele esboçou um sorriso quando a viu.
Ela sentiu vontade de chorar.

Passadas duas horas, preparou-se para ir embora.
Passou pelos mesmos infermos e pelos mesmos olhares tristes.
Respirou fundo e saiu.

A vida termina onde tudo começa.



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